A quinta geração do muscle car, que estreia em 1967, acaba em 2002 e ressurge em 2006, chega ao Brasil pelo interessante preço de R$ 185.000, valor que, somado às suas características próprias, o deixam sem concorrentes diretos. Talvez o Mitsubishi Lancer EVO, por R$ 199.900, mas a GM o ignora. "Os esportivos japoneses não têm história, são para aqueles que só vivem de novidades. Já o Camaro é para quem tem paixão por automóvel", define Marcos Munhoz, ex-diretor de Vendas e Marketing e atual diretor de Comunicação e Relações Públicas e Governamentais. Quanto à opção de trazer apenas a versão automática, Munhoz justifica que nos EUA essa alternativa teve pouca demanda, e que no Brasil sua importação não se justificaria, por questões mercadológicas. Faz sentido – um Camaro manual restringiria muito seu público, já bastante seleto. O executivo afirma ainda que este câmbio, com seis velocidades e trocas feitas no volante, é igual a um manual, que age da mesma maneira de uma transmissão em "H", permitindo total controle ao motorista. Não, não é a mesma coisa.
Em relação à manutenção, a GM dá garantia de dois anos sem limite de quilometragem, sendo que as revisões de 10.000 e 20.000 são gratuitas – generosidade que abrange mão de obra, troca de óleo e filtro de óleo (na de dez) e óleo, filtro de óleo, palheta do limpado do para-brisa e filtro de ar (na de vinte). O custo das demais revisões ainda está sendo estudado, já que a GM do Brasil ainda não tem experiência com esse tipo de veículo por aqui.
Personalização
Como se já fosse exclusivo, o novo Camaro ainda conta com acessórios de personalização, como as faixas externas decorativas, cobertura para o motor, tampa do tanque em aço escovado, grande frontal diferenciada e diferenciações estéticas internas.
Na Pista. Ou quase
O teste com o Camaro foi frugal, para não dizer frustrante. Realizada no famoso campo de provas da GM de Cruz Alta, em Indaiatuba, a experimentação durou dez minutos – portanto, sem muito tempo para "vestir" o carro e tentar compreendê-lo melhor. Ainda assim, uma reação foi instantânea: ao entrar no carro, comprovamos a competência da marca em construir uma posição de guiar praticamente idêntica à dos carros da primeira geração, na década de 60. Ao visualizar o longo capô, que na nossa visão fica sobre o alto painel, é imediato o sentimento de poder, que temos nas mãos um inegável sinônimo de testosterona – pra não dizer masculinidade.
Uma pisada mais decidida no acelerador e entendemos o que é ter um 6.2 litros V8, com 406 cv de potência e 56,7 kgfm de torque, sob os pés. Ao mesmo tempo, desconfiamos estar com uma “barca” nas mãos, que com qualquer guinada mais forte vai fugir do controle e se esparramar na pista. Nada. Apesar dos 1.790 kg e dos 4,83 m, o Camaro tem ótimo handling e obedece prontamente (e sem oscilações) aos ímpetos do condutor. Numa das curvas de alta velocidade, feita a 120 km/h, nenhum sinal de perder a traseira, o que é esperado de um muscle car americano. Os freios da italiana Brembo se portaram corretamente quando exigidos. E tudo isso embalado por um ronco fascinante.
O câmbio automático de seis velocidades foi razoável ao subir e descer marchas, mas assistiria de longe as trocas quase instantâneas de um automatizado de dupla embreagem. E um esportivo desse porte pede borboletas de trocas manuais em tamanho GG, e não M. Haveria mais diversão com um manual, de engates secos e precisos. Infelizmente, não pudemos desligar o controle de estabilidade para testar reações mais extremas do carro.
Trata-se, afinal, de um carro apaixonante. Que atingirá variados públicos não só pela história que carrega no nome, mas também por unir desempenho a conforto, versatilidade a exclusividade, e acima de tudo, sonho a realidade.
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